sexta-feira, 30 de setembro de 2011

HISTÓRIA DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE DA CIDADE DE IGACI


HISTÓRIA DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE DA CIDADE DE IGACI
                                                           
       A Paróquia de Nossa Senhora da Saúde brotou do seio das primeiras famílias que aqui chegaram (famílias Albuquerque e Torres). Cada família se encarregava de ensinar a sua prole as relações do cristão (sinal cruz, Pai – Nosso e Ave- Maria e outras).
       Em cada residência se constatava a presença de um oratório (móvel de madeira em forma de capela onde eram colocadas várias imagens dos santos de sua devoção), onde diariamente as famílias se reuniam em oração.
       Todo o ano reunia- se toda comunidade para celebrar a abertura e encerramento do mês de maio, festa de São João e o dia de Nossa Senhora (08 de dezembro)
       Após a guerra do Paraguai, surgiu em todo Brasil um surto de cólera e vários que dizimaram centenas e centenas de vidas. Atribui-se aos soldados do exército brasileiro que participaram da guerra e chegaram contaminados e entrada destas epidemias em nosso território.
       Vários estados foram atingidos, de modo particular os banhados pelo oceano atlântico. Dentre eles, o nosso estado de Alagoas. Tendo em vista a precariedade da medicina em todo Brasil (naquela época), principalmente nos estados menos desenvolvidos e pequenos o numero de profissionais as epidemias alastravam-se com muita rapidez chegou á situação de “calamidade publica”. Cada pessoa que morria era sepultada imediatamente em cemitérios clandestinos para não contaminar os demais.
       A comunidade de Olhos D’ água do Aciolly (que futuramente, seria emancipada, e se chamaria se de Igaci, que é hoje o nome atual da cidade) também foi atingida pela epidemia, muitas vidas foram sacrificadas. A cada dia que passava a situação ficava mias complicada. Pessoas de todas as idades eram vitimadas repentinamente. A assistência medica restringia- se somente para as capitais e grandes cidades. Nada mais restava a não se esperar para ver mais membros de uma família também contrai unas dessas enfermas.
       Nenhuma pessoa após ser contaminada podia permanecer no seu lar junto aos demais. Eram depositados em palhoças feitas de folhagem dentro de um esconderijo. Deitavam-se as em folhas de bananeiras. Ficavam seminuas. Porque ninguém iria lavar suas vestimentas para não ser contaminadas e por outro lado para diminuir o sofrimento quando toda pele do corpo entrava em estado de erupção (as vitimas da varíola) ou desidratadas pelo vibrião colérico.
       Vendo aquela situação calamitosa as “famílias Torres e Albuquerque”, de origens portuguesas, devotas fervorosas da Nossa Senhora rogaram a Jesus por intercessão de sua mãe para que aquelas epidemias fossem erradicadas. Sem nenhuma demora a suplica foi atendida.
       Como em Portugal já existia a devoção de Nossa Senhora da Saúde colocada pelos mesmos motivos ás famílias daqui de Olhos D’ água do Aciolly (futura cidade de Igaci) pediram aos parentes que os enviasse uma imagem de Nossa Senhora intitulada como da Saúde. A mesma cruzou o oceano atlântico de navio de Portugal até o porto de Maceió até a cidade Palmeiras dos Índios a mesma veio de caminhão. De Palmeira dos Índios até a comunidade de Olhos D’água do Aciolly a imagem foi transportada pelas mãos de senhores que montavam sobre cavalos. Ao chegar à comunidade, a mesma foi recebida com procissões, festas e cânticos. A partir desta data até os dias atuais com fidelidade ardorosa e devoção se louva a Virgem Mãe da Saúde que a cada ano se celebra sua festa que conta com novena. Celebração da santa missa.
       Tudo voltou ao normal como sinais de retribuição pela graça recebida por volta do ano de 1873 ergueram no meio do lugarejo (pequena comunidade menor do que um povoado) uma pequena capela de taipa (madeira e barro) comum cruzeiro em frente em homenagem a Nossa Senhora da Saúde.
       Esta capela foi entregue aos cuidados da família da jovem “Eudócia” que ainda de idade terá também ajudava sua mãe a zelar do templo. A primeira catequista foi à jovem “Antônia Tomaz de Albuquerque” e onde passaram a colaborar com as famílias ensinando as crianças e jovens da comunidade às primeiras orações do cristão e a se preparem para primeira Eucaristia.
       Nessa época o território de Olhos D’água do Aciolly pertencia ao município de Atalaia, jurisdição da Diocese da cidade de Penedo sob o episcopado de Dom Jonas Batinga. Nos últimos anos do século XIX, o Padre Francisco Catende da cidade de Penedo, por ser amigo de membros de moradores da comunidade da época, começou a freqüenta o local onde deu continuidade ao serviço de catequese e evangelização que já acontecia no seio das famílias ali existente naquela época.  Com a criação da Diocese de da cidade de Palmeira dos Índios, e posse de Dom Otávio Barbosa de Aguiar,(primeiro bispo presidente) em 04 de julho de 1962, a cidade de Igaci (a cidade já emancipada e posteriormente mudada de nome de Olhos D’água Aciolly para Igaci, que o nome atual da cidade). A paróquia passou a receber assistência de outros sacerdotes (Padre Odilon Amador Santos Padre José Araújo, Padre José Leite).
       Com a criação da Paróquia de São Cristóvão de acordo com o decreto numero 1, em 12 de fevereiro de 1964(livro de 1 folha 1 dos arquivos da Cúria diocesana), a Capela de Nossa Senhora da Saúde da cidade de Igaci passou a pertencer a Paróquia de São Cristóvão sob vigário José Araújo até 19 de fevereiro de 1969.
       A capela de Nossa Senhora da Saúde deixou de pertencer à jurisprudência religiosa da Paróquia de São Cristóvão no dia 04 de outubro de 1968, de acordo com decreto de numero 3 livros. 1 folha..., assinado pelo Reverendíssimo Bispo Diocesano Dom Otávio Barbosa de Aguiar que consta do teor seguinte:
       Considerando que o município de Igaci apresenta atualmente grande densidade demográfica, considero que a sede do município se vem desenvolvendo rapidamente, com evidente influência sobre os núcleos populacionais do interior;
       Considero também que razões de ordem pastoral aconselham a criação de uma comunidade religiosa autônoma no referido município e permanente atendimento espiritual ao povo de Deus em seu território;
E ainda o parecer o favorável dos consultores;
       E por havemos por bem criar, com o presente decreto, a Paróquia de Nossa Senhora da Saúde da cidade Igaci, desmembrando-a da Paróquia de São Cristóvão, da cidade de Palmeira dos Índios, elevando-a atual capela á categoria de “Igreja Matriz”, sob o patrocínio de Nossa Senhora da Saúde, com privilégios previstos no código de direitos Canônico (...).
        A reforma, mas recente da igreja de Nossa Senhora da Saúde foi feita em maio de1994, e atualmente a igreja tem uma área de 12 metros de frente por 23 metros de largura. Os padres atuais são; Padre José Pinto, auxiliar Padre Marques David. O dia da festa que acontece anualmente, que comemora o dia de Nossa Senhora da Saúde, que se comemora também o dia da criação da Igreja de Senhora da Saúde, sempre acontece anualmente no dia 28 de fevereiro.
      

REFERÊNCIAS

Professora Maria Alves da Rocha: professora graduada em história na Universidade Estadual de Alagoas, pólo Arapiraca (UNEAL) e pesquisadora da história de Igaci (a mais de 25 anos);
Cartório Tabelião Benedito Almeida do Único Oficio da cidade de Igaci Alagoas;
Padre José Pinto; padre da igreja de Nossa Senhora da Saúde da cidade de Igaci;;
Biblioteca Municipal de Igaci: registros pesquisados e catalogados sobre história de Igaci (pela professora Maria Alves da Rocha, graduada em história pela UNEAL e pesquisadora da história de Igaci).
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde da cidade de Igaci Alagoas.


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